terça-feira, 18 de outubro de 2011

Porque demorou tanto para descobrirem a minha doença? Como se faz o diagnóstico?



A esclerose múltipla é um diagnóstico para toda uma vida, com importantes implicações e o compromisso com o tratamento contínuo. A certeza deste diagnóstico entretanto esbarra numa dificuldade metodológica: não há um marcador biológico, um exame específico que defina esta doença. Seu diagnóstico se baseia sim, na leitura de um conjunto de informações obtidas a partir de dados da história clínica, do exame neurológico do paciente e de exames complementares, tais como a imagem por ressonância magnética e o estudo do líquido cefalorraquidiano.
Historicamente, os critérios para o diagnóstico da EM se desenvolveram a partir da idéia da disseminação temporal e espacial da doença, ou seja, o comprometimento inflamatório do sistema nervoso central em diferentes topografias e em momentos distintos. Estes critérios diagnósticos exigem do neurologista a busca de pelo menos duas lesões e dois surtos clínicos, e enfatizam a necessidade de uma extensa e especializada investigação para que outras doenças sejam descartadas.
Há uma busca constante da maior precocidade diagnóstica, o que possibilita um tratamento também mais precoce, chave para seu sucesso. Por esta razão, a partir de 2001, achados de imagem por ressonância magnética passaram a se incorporar a estes critérios, permitindo o diagnóstico mesmo em pacientes após um primeiro surto clínico, na presença de lesões clinicamente silenciosas, desde que sugestivas de desmielinização.
Por estes motivos, muito embora a natural expectativa por parte do paciente e
de sua família, justificam-se os cuidados do especialista quanto ao adequado
rastreamento diagnóstico.

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